Como em Alice o ponto de partida é um espelho.

Um deambular pelo mundo do Circo, contado através da memória de um menino que um dia viu um palhaço de boca pequena.

Neste deambular conheça as personagens que todos nós levamos dentro da nossa memória: a bailarina e o cavalinho, o mágico, o homem das forças e, claro... o Palhaço.

Trabalho feito a partir da união, julgo feliz, de dois textos, dois autores, este espectáculo é um jogo feito de pequenos momentos.

"O PALHAÇO VERDE" tem textos de Matilde Rosa Araújo, extraídos do romance infantil homónimo e um pequeno excerto da peça do autor chileno Luís Alberto Heiremans, "El Tony Chico" (O Pequeno Palhaço).

Roberto Merino - Porto, Jul.1985

QUATRO ANOS DEPOIS... E UM OLHAR.

Quando partimos, o sonho acompanhou-nos.

Passámos juntos as tormentas que fazem amigos e amadurecem o pensamento. Dos nossos companheiros de viagens muitos se quedaram noutros portos, porque disto é feita a vida e também porque há quem não partilhe connosco a forma de nela estar. Muitos outros fizeram paragens de percursos, já que respirar é por vezes necessário.

Em muitos navios embarcamos, muitos outros demandamos, mas o nosso espaço (sala) ainda é algo a conquistar. (Aqui, companheiros, há que gritar alerta e saber distinguir o inimigo. Lutar com o sabor de esperança na boca e o ruído da vitória no pensamento).

No fundo, lá no fundo de nós, da força madura que nos vai fazendo colectivo, temos pelo Teatro a certeza de amar e do passado...

... o sonho a acompanhar-nos!

- pensado e saboreado durante o ensaio que... OLHEI!