Programação Regular de Teatro da Quinta da Caverneira - 2022
Como as nuvens nos separam do sol e do resto. Das estrelas, da lua. Como os muros nos separam da cidade, quando nos lembramos dos tempos de recreio.
Como o fosso de orquestra nos separa do palco quando somos público, ou porém somos artistas e nos separamos da plateia. Assim são os guetos separados da sociedade ambiciosa.
Perguntamos quem constrói essa separação?
Questionamos até se há, ou chegou alguma vez a existir. Essa separação também liga, cola e une? Não se funde.
A minha mão move-se independente do meu antebraço, mas torna-se difícil isolar-se do pulso e muito mais da pele…
Quando a cor da pele separa... quando também é cor e quando também é pele.
O dinheiro separa. Mas dinheiro não pode ser dividido. Não podemos rasgar uma nota e distribuir as suas partes, nem o podemos fazer a uma moeda. A cara e a coroa da moeda, fazem parte dela, mas… o que estará entre elas? O seu valor? Talvez.
Que valor damos ao dinheiro? Que poder tem ele para alem “de poder” criar segregação?
O que me separa da minha esposa ou esposo? O que alguma vez nos uniu? Que distância tenho eu de ti? Parece ter menos distância que de si.
O que nos une e o que criou esta distância?
Direção e criação:  
 Renato Nóbrega Vieira 
Interpretes:  
Andreia Lopes e Gabriela Poças  
 Produção Executiva:  
Ana Lígia Vieira  
Composição musical, arranjos e gravação:  
Francisco Telles  
Composição musical (violoncelo):  
Ana Conceição  
Percussão:  
Romano Rafael  
 Trompete:  
João Sousa  
Fotografia:  
Francisco Vasconcelos, João Félix e Joana de Almeida  
Apoio à criação e espaço de Ensaio:  
Action Performing Arts Center (Hugo Frasco e Joana de Almeida); Real Rockers
60 minutos I M/6
Ai o Medo Que (Nós) Temos de Existir!, a última incursão à trilogia teatral 'A Identificação de um (o meu) País!', aborda os anos de 1975 em Portugal, até aos finais dos anos oitenta. Quinze anos de vida e acontecimentos intensos que se seguiram à Revolução dos Cravos.
Em palco quatro intérpretes, num jogo teatral de exercício de memórias pessoais de alguém que recorda um tempo vivido entre a História e factos, fábulas políticas, fake news, testemunhos e interpretações.
José M, a personagem desta última incursão à trilogia, vai desfiando as suas memórias desde o tal 25 Novembro e suas nefastas consequências na vida do país, até aos finais dos anos 1980, passando pelos inícios do Teatro Art´Imagem, que ajudou a fundar em Outubro de 1981 e que comemora os seus 40 anos de actividade, sem esquecer, evidentemente, o grande Mundo e a humanidade que existe para além deste pequeno retângulo à beira mar plantado que, sem ele nada fazer para o merecer, lhe coube em sorte nascer e agora, com a sua vontade, se sente feliz por nele ter continuado a viver.
Direção, Encenação, Texto e Dramaturgia:  
José Leitão  
Assistente de Encenação:  
Daniela Pêgo  
Interpretação:  
 Daniela Pêgo, Patrícia Garcez, Mariana Macedo e Luís Duarte 
Moreira  
 Voz Off/Fado:  
José Lopes  
Música:  
Rui David  
Cenografia e Figurinos:  
 Marta Silva  
 Construção Cenográfica:  
 André Santos e José Lopes  
Costureiras:  
 Alexandra Barbosa e Mónica Melo  
 Desenho de Luz e Vídeo:  
 André Rabaça  
Fotografia:  
Paulo Pimenta  
Imagem Gráfica:  
Marta Silva  
Design Gráfico:  
 Tiago Dias  
Produção:  
Sofia Leal e Zé Pedro  
Apoio à Produção:  
Maria Soares e José Barbosa (Estagiários - ESE)
90 minutos I M/12
O Tanabata é uma festa muito especial no Japão. Nesse dia as pessoas comemoram a conjunção de duas estrelas da Via Láctea. Há muitos anos, o casal Yokohama conheceu-se num Tanabata e convenceu-se de que a sua união fora planeada pelos astros. Foi assim que decidiram fazer uma lista com os desejos que haveriam de realizar durante a sua vida.
Hoje, muitos anos depois, o casal Yokohama já realizou todos os desejos daquela lista. Todos, menos um. Um que foram deixando sempre para trás. Mas, neste ano, tem de ser, o casal Yokohama já não o pode adiar mais e tem de realizar o derradeiro desejo da sua lista.
Criação:  
coletiva  
Encenação e Dramaturgia:  
 Chiqui Pereira  
 Interpretação:  
 Filipe Seixas e Marisela Terra  
Narração (voz off):  
 Sandra Serra  
Música original:  
 Bruno Domingos  
 Cenário:  
 Fabrice Ziegler  
Figurinos:  
Cláudia Ribeiro
50 minutos I M/6  
07 de Maio
O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá
Teatro do Noroeste - Centro Dramático de Viana (Viana do Castelo)
Engana-se quem pensa que uma andorinha não se pode apaixonar por um gato. Esta é a história que a Manhã ouviu do Vento e contou ao Tempo. Uma História de amor.
Uma reflexão sobre um mundo de preconceitos, desigualdades, injustiças, incompreensão e pouco amor ou, pelo menos, ainda não o suficiente. Um mundo, enfim, que não presta. Até porque:
"O mundo só vai prestar/ Para nele se viver/ No dia em que a gente ver/ Um gato maltês casar/ Com uma alegre andorinha/ Saindo os dois a voar/ O noivo e a sua noivinha/ Dom Gato e dona Andorinha".
Texto a partir de O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá de Jorge Amado Cocriação e Encenação Tiago Fernandes Cocriação e Interpretação Ana Perfeito, Alexandre Calçada, Elisabete Pinto Construção de Cenário e Adereços Jorge Portela, José Esteves Guarda Roupa Teresa Soares Apoio ao Guarda Roupa Flávia Silva, Hugo Rodrigues (Estágio Curricular – Curso Profissional de Design de Moda ETAP Cerveira) Voz Off Maria Alcina Cruz Desenho de Luz Nuno Almeida Seleção Musical Tiago Fernandes Apoio Multimédia Luís Lagadouro Desenho Gráfico e Fotografia Rui Carvalho
50 minutos I M/3
“Odeio a Minha Irmã” é um espetáculo que, na verdade, se divide em duas performances com textos dramáticos do dramaturgo e encenador francês Sébastien Joanniez, para maiores de 6 anos. Uma em que escutamos a voz da irmã mais velha e outra em que o protagonismo é entregue à mais nova. Dois monólogos ("Eu não Gosto da Minha Irmã" e "Eu Quero Ser a Mais Velha!") contrastantes em que, recorrendo ao humor e uma linguagem muito inventiva, são traçados os retratos de duas personalidades fortes. No entendimento de uma, o papel de irmã mais velha nem sempre é fácil. Por seu lado, a irmã mais nova reclama que nunca é levada a sério... "Eu odeio-a", confessam as duas, mas nós compreendemos outra coisa: "eu amo-a".
Texto Sébastien Joanniez Tradução Margarida Madeira Criação Pedro Alves, Milene Fialho e Carolina Figueiredo Interpretação Milene Fialho e Carolina Figueiredo Ilustração Alex Gozblau Direção técnica e desenho de luz Carlos Arroja Cenografia Pedro Silva Operação de luz e som Diogo Graça Direção de produção Inês Oliveira Produção executiva e fotografia Catarina Lobo Produção teatromosca
40 minutos I M/6
Um espetáculo de marionetas de luva cheio de beleza e sensibilidade, eclético, onde a plasticidade está presente e o respeito pelo LIVRO é palavra-chave. Este livro está inserido no PNL / Ler+. É a história de uma bela amizade entre um peixe e um rapaz, "O Segredo do Rio" que Miguel de Sousa Tavares escreveu, e que agora se apresenta em forma de espetáculo de marionetas de luva. Uma história pedagógica que pode ser lida como uma parábola protagonizada pela humanidade e a natureza: se a humanidade (rapaz) tratar a natureza (peixe) com amor, fidelidade e respeito – no fundo como merece –, a natureza é generosa. A adaptação do livro - que tem ilustrações da artista plástica Fernanda Fragateiro, numa associação feliz que nos consegue transportar para/por uma alegria poética, contagiante, expressa com simplicidade –, pretende ser fiel ao texto e às ilustrações. As marionetas executadas por Jorge Cerqueira, seguindo o traço da ilustração, e ainda as novas ilustrações feitas, propositadamente, pela artista plástica para este espetáculo, não desvirtuam o objetivo enunciado, fidelidade ao texto e à linha gráfica, e concorrem para refinar a plasticidade, assim como o jogo de sentimentos e emoções, que se pretende transmitir através do espetáculo.
Autor Miguel Sousa Tavares Adaptação e Encenação Nuno Correia Pinto Manipulação Nuno Correia Pinto Marionetas Jorge Cerqueira Ilustração Fernanda Fragateiro Desenho de Luz André Rabaça Sonoplastia Carlos Arroja Operador Luz e Som Marco Lopes (ShowVentura) Direção de Produção Nuno Correia Pinto Assistente Geral Luiz Quaresma Secretária de Direção e Produção Cristina Costa Produção Executiva Cláudia Faria
50 Minutos I M/4
“Transgressões” conta-nos a história de Friedrich Wertheim, um químico de origem alemã, que se suicida, culpando-se por ter colocado nas mãos de terroristas uma maneira fácil de fazer uma neurotoxina. As circunstâncias e os motivos de sua morte perturbam profundamente a vida de três pessoas ligadas a Wertheim - sua filha Katie (uma bióloga molecular), o amante de Katie, Stefan (um artista conceptual) e a segunda esposa já separada de Wertheim, Julia. Incapazes de resistir ao poder transformador da morte nas suas vidas, separados e juntos pelas suas memórias, vontades e carências, os três “sobreviventes” tentam dar um sentido às suas vidas abaladas por este abrupto evento, exorcizando os esqueletos escondidos no armário de cada um.
Autor  
 Roald Hoffmann  
Tradução  
Luzia Paramés  
Encenação  
 Sylvio Zilber  
Interpretação  
Cláudia Negrão, Fernando Jorge Lopes e Sara Castanheira  
Cenografia  
Hugo Migata e Pedro Silva  
Construção de Cenografia  
 Celestino Verdades, Daniel Verdades, Maria João Montenegro  
 Figurinos  
 Miguel Falcato  
Costureira  
Rosário Balbi  
Desenho de Luz  
 Daniel Verdades  
Edição de Som  
Sandro Esperança  
Direção Técnica  
Celestino Verdades  
Técnicos de Palco  
 Daniel Verdades e Maria João  
Montenegro  
 Direção de Produção  
Sofia Oliveira  
Produção  
 Josefina Correia e Paula Almeida  
Comunicação e Assessoria de Imprensa  
 Nádia Santos  
Promoção  
 Victor Pinto Ângelo  
Formação em Contexto de Trabalho  
Carla Neto e Francisca Maurício - Curso Profissional 
Interprete/Ator/Atriz 
ES D. Pedro V  
Design Gráfico  
P2F Atelier  
Produção Audiovisual  
Diogo Barbosa  
Spot TV  
 Miguel Falcato  
Voz Off  
Spot Rádio/TV  
Paulo Lázaro  
Fotografia  
 José Frade
60 Minutos I M/12
'Amalia y el río' é um relato vivo de algumas das histórias ocultas do mercado negro em La Raya, estrelado por uma mulher, mochileira e mercado negro, durante os intermináveis anos do pós-guerra na Espanha. A história se passa na fronteira da Extremadura com Portugal, La Raya, entre Olivença e Badajoz, durante os anos 1948 e 1958. 'Amalia y el río' é baseado na história real de Antonia La Lirina, uma vizinha de Olivença, que o professor de Antropologia Social da Universidade da Extremadura, Eusebio Medina García, recolheu, juntamente com outras vozes de contrabandistas e comerciantes negros, na sua tese de Doutoramento “O Contrabando na Fronteira Portuguesa. Origens, estruturas, conflito e mudança social”, em 2000. É a voz de uma mulher forte, inteligente e astuta diante das autoridades vitoriosas que na fronteira são, policiais, guardas civis, promotores e toda uma espessa rede de contrabando embutida no tecido social.
Dramaturgia e Direcção:  
Agustín Iglesias  
Investigação Etnogáfica:  
Eusebio Medina  
Interpretação:  
Magda Gª-Arenal Amalia, Cándido Gómez  
Cenografia:  
 Marcelino de Santiago  
Música:  
 Irma Catalina Álvarez
75 Minutos I M/14
Espectáculo inserido no 
Circuito Ibérico de Artes Cénicas
“As memorias do meu pai na rádio do meu tio” é apenas o nome que dá início ao conto que vamos contar e que nasce das raízes rurais para mais tarde crescerem pelo mundo. São relatos vivos de gente já sem vida, que nos deixaram o seu valioso legado e que os tornaram imortais. São vivencias especificas com particularidades muito ligadas à terra que os viu nascer, embora as sensações caminham para o lugar-comum, são universais, porque falam de gente e como todas as histórias que rebentam nunca se sabe ao certo qual o trajeto que irão seguir. As histórias partem de uma ideia, de um contexto, ou de um fugaz momento de inspiração, depois seguem naturalmente o seu crescimento. Cada história constrói o seu próprio destino. Prever já um fim seria não a deixar crescer, seria violar o verdadeiro conceito de liberdade. Sabemos que a meta é contar uma história com muitas histórias por dentro. Histórias de gente rija de gente de luta, que somaram conquistas heroicas e derrotas dolorosas. Queremos recordar, queremos homenagear a história e as pessoas que a construíram.
Texto:  
 Eduardo Correia  
Encenação:  
Abel Duarte  
Interpretação:  
Eduardo Correia, Sofia Moura, Ricardo Augusto  
Direção musical:  
Ricardo Augusto  
Cenário e Figurinos:  
Ana Limpinho  
Desenho de luz:  
 Paulo Duarte  
Construção de cenários:  
Carlos Cal e Conceição Almeida  
 Costureiras:  
 Capuchinhas e Maria do Carmo Félix  
Direção de cena:  
Abel Duarte  
Produção:  
Marta De Baptista  
Comunicação:  
Joana Miranda
60 minutos I M/6
Um fugitivo chega a uma ilha remota que julga deserta, acabando por perceber que não se encontra sozinho. Escondendo-se na floresta, espia os intrusos, para quem parece ser invisível, apaixonando-se por um estranho ser feminino, perdendo-se entre a alucinação e a realidade. Inspirado no romance “A Invenção de Morel”, de Adolfo Bioy Casares, Fernando Guerreiro, cria um texto original, uma reflexão sobre a imortalidade, as fronteiras do real e as múltiplas ligações entre o Cinema, a Literatura e as Artes Performativas.
Texto:  
Fernando Guerreiro, inspirado no romance "A Invenção de Morel", de Adolfo Bioy Casares  
Direção artística:  
 Pedro Alves  
Interpretação:  
Cirila Bossuet, Carolina Figueiredo e Milene Fialho  
Banda Sonora Original:  
 Surma  
Conceção de vídeo e realização:  
Ricardo Reis  
Edição de vídeo:  
Dânia Viana  
Direção técnica, desenho de luz e operação:  
 Carlos Arroja  
Cenografia:  
 Pedro Silva  
Design de som:  
 Diogo Graça  
Costureiras:  
 Maria do Carmo Silva e Maria Carrilho  
Ilustração:  
Alex Gozblau  
 Direção de produção:  
Inês Oliveira  
Produção executiva e fotografia:  
Catarina Lobo  
 Assistência de direção artística:  
Maria Carneiro  
Produção:  
teatromosca  
Coprodução:  
 Cães do Mar  
Agradecimentos:  
Ana Brum, Associação Os Montanheiros e Sr. João
120 Minutos I M/12















