Vão para o Céu

53ª Criação I Estreia: 1 de Maio de 1999 durante o "Fazer a Festa - Festival Internacional de Teatro", na cave do Pavilhão Rosa Mota - Porto

Em "Vão para o Céu" dois indivíduos são incumbidos de construir um muro. Pondo a missão em questão, os dois seres partem para uma odisseia de revolta no qual o pseudo-inspector é o alvo a atingir.


Paul Auster como em já outros livros, aborda aqui, os mecanismos do trabalho, ou seja, o pânico do desemprego mas também o mesmo pânico por estarem a ser manobrados por ordens fascizantes.


Numa solidão terrível cada um vai aproveitar a ideia da revolta no seio do trabalho para confessarem as suas angústias e mágoas. Mas a revolução falha aparentemente e o dia do Amanhã surge como não só um adiamento mas como uma esperança, como se fossem nuvens passageiras.

Paulo Castro


Poderá haver teatro sem actor? Rica maneira de se começar um texto sobre um trabalho !


Faço esta pergunta por uma razão muito simples: sendo o actor uma peça fundamental (julgo eu, sou ainda novo nestas andanças) num processo artístico desta natureza, às vezes quer-se opinar (fica sempre bem palavras caras) e não nos é dada oportunidade. Quando ela surge custa-nos acreditar que alguém se importe com a nossa opinião. Agora que partilhei o meu dilema existencial, passarei a falar única e exclusivamente daquilo que me pediram para falar - Vão para o Céu.


Dois tristes incumbidos de construir um muro. Um patrão que se faz existir por umas ordens escritas. Vários dilemas. Os tristes querem desistir, querem fazer uma revolução mas correm o risco de ficar desempregados, de perder a única razão da sua existência - o muro. Qualquer semelhança com a vida real será pura coincidência. Não é minha intenção lançar temas para reflexão. Sou ainda muito novo para achar o que quer que seja sobre o mundo e sobre o teatro. Apenas pretendo reflectir sobre tudo isto para chegar a um qualquer lugar melhor que este. Seja ele qual for.


Paulo Moura Lopes

Texto: Paul Auster
Encenação:
Paulo Castro
Interpretação:
Paulo Castro e Paulo Moura Lopes
Desenho de luz:
Paulo Castro
Fotografia:
Bruno Carvalho
Design gráfico:
José Eduardo
Operação de som e luz:
Sónia Santos Leite
Produção executiva:
Bruno Cardoso, Jorge Mendo e Pedro Carvalho
Direcção de produção:
Susana Lamarão

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