O condenado à morte

68ª Criação I Estreia: 06 de Maio de 2002 no Foyer do Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garret - Porto

A encenação do poema "Condemne à mort" de J. Genet é o ponto de partida para este espectáculo de teatro que nos desafia a reflectir sobre o nosso papel na sociedade e como poderemos agir para que a exclusão se torne uma memória triste de uma sociedade arcaica.

Um actor em palco e podendo ser apresentado em espaços interiores convencionais ou mesmo alternativos (p.ex. edifícios abandonados, armazéns, catacumbas, etc), "O Condenado à Morte" é uma desesperada ode, trágica despedida de um amante a quem a vida vão roubar.

Uma elegia fúnebre ou oração, terna e arrebatada, umas vezes eivada de elevada espiritualidade outras carnal, soez, venal, cruzando-se belas e chocantes palavras, sentimento e sexo. A ferida aberta da perda eminente do objecto do nosso desejo.


Segundo Yukio Mishima, "Genet é a obscenidade que segue a par com a nobreza, o execrável e o sublime. Era seu sonho permanente reabilitar a miséria humana onde ele próprio se encontrava".

Primeiro poema de Jean Genet, é escrito quando vê um encarcerado fazer suaves e ingénuos poemas de amor que os outros admiram. No entanto, "Condemne à mort" não só é incompreendido como é criticado de forma selvagem pelos seus companheiros de cárcere.


Este poema homo-erótico pode levar-nos a duas reflexões: a discriminação de quem optou por uma forma diferente de amar, mesmo entre criminosos; e a condenação à morte.

Que este espectáculo contribua para a criação de uma realidade em que a diferença seja aceite e a reabilitação uma prioridade da sociedade moderna.

Um grito de liberdade e um Não absoluto à pena de morte.

Espectáculo teatral a partir do poema "Condemne à mort" de Jean Genet
Encenação e Dramaturgia:
Afonso Guerreiro
Banda sonora original
(com excerto de "Libera me" de Fauré) Homem Musculoso (Elísio Donas e Kinorm)
Interpretação:
Afonso Guerreiro
Concepção plástica:
Pascaline Pitiot
Desenho de luz e direcção de montagem:
Pedro Carvalho
Operação de luz:
Luís Ternus
Fotografia:
António Maio
Produção executiva:
Micaela Barbosa com Bruno Cardoso e Mariana Costa
Direcção de produção:
Jorge Mendo

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