Fulgor e Morte de Joaquín Murieta

86ª Criação I Estreia: 04 de Maio de 2007 no TeCA - Teatro Carlos Alberto, Porto.

Voz do Poeta Esta é a longa história de um homem iluminado: simples, corajoso, a sua memória é um machado de guerra.

É tempo de abrir o repouso, o sepulcro do claro bandido e rasgar o esquecimento oxidado que agora o enterra.

Talvez o soldado não tivesse encontrado o seu destino, e lamento não ter conversado com ele, e com uma garrafa de vinho ter esperado na História que passasse algum dia o seu grande regimento. Talvez aquele homem perdido no vento tivesse mudado o caminho.

O sangue derramado pôs-lhe nas mãos um raio violento, agora passaram cem anos e já não podemos mudar o seu destino: assim é que comecemos sem ele e sem vinho nesta hora quieta a história do meu compatriota, o honorável bandido Joaquín Murieta.


Fulgor e Morte de Joaquín Murieta,

de Pablo Neruda


Teatro, poema épico, cantata dramática, “oratória insurreccional” – Fulgor e Morte de Joaquín Murieta (1965-67) continua, ainda hoje, a criar embaraços aos fanáticos da catalogação, desarmados pela indisciplinada originalidade desta obra escrita por um dos pais fundadores da literatura latinoamericana do séc. XX. Pablo Neruda recupera a figura histórica do “honorável bandido” J. Murieta, assassinado na Califórnia em Julho de 1853, durante a sangrenta corrida ao ouro, e reconverte-a num anti-herói de proporções míticas, capaz de ombrear simbolicamente com a aura libertária dos guerrilheiros sul-americanos da insurgente década de 1960. Atento à fulguração poética das palavras de Neruda, Roberto Merino, encenador de origem chilena radicado no Porto, assina a criação do espectáculo de abertura do festival Fazer a Festa, naquela que é a primeira co-produção entre a companhia Teatro Art'Imagem e o TNSJ.

Texto: Pablo Neruda
Tradutor:
Viale Moutinho
Encenador:
Roberto Merino
Assistente de encenação:
Valdemar Santos
Cenografia:
Acácio de Carvalho
Figurinos:
Manuela Bronze
Direcção musical e Movimento:
Tilike Coelho
Desenho de luz:
Wilma Moutinho
Interpretação:
Alberto Magassela, Anabela Nóbrega, Ângela B. Marques, Diana Couto, Fernando Moreira, Nuno Preto, Pedro Carvalho, Sandra Ribeiro, Valdemar Santos
Execução cenográfica:
José Lopes
Secretariado:
Cláudia Silva
Informática:
Inácio Barroso
Produção executiva:
Carina Moutinho
Direcção de produção:
Jorge Mendo
Direcção artística do Teatro Art'Imagem:
José Leitão


Co-produção Teatro Art' imagem / Teatro Nacional S. João


M/12 I 80m

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