A Acácia Vermelha

97ª Criação I Estreia: 23 de Fevereiro de 2011 - Teatro Municipal da Guarda

Um Engenheiro é contratado por seis meses para ultimar um serviço em terras de África (São Tomé e Príncipe? Cabo Verde? Angola? Moçambique? ). Vive numa vivenda rodeada de todas as mordomias, com as gentes da terra que o mimam dia a dia. Uma jovem rapariga, Ednilza, relaciona-se com ele de uma forma mais efusiva e sonhadora. E dia a dia, o sonho vai aumentando, até chegar, friamente, a realidade, como sempre. •


Um pouco mais


Nesta história de Manuel Poppe, vamos viajar até um passado bem recente, ou um presente eterno, com outros nomes e outros lugares, porque o Homem sempre sentiu aquela vontade indomável de ser estrangeiro, apropriando-se, vangloriando-se, extorquindo o bem alheio para gáudio do seu melhor bem estar, por vezes não olhando a meios para atingir os fins, mesmo que inconsciente.

Todas as personagens desta “Acácia Vermelha” marcam veementemente uma visão, particular, sobre o acontecimento. E se a tragédia de Ednilza é o acontecimento, os comportamentos de todos os outros são pautados por esta pobre jovem sonhadora.

Se não, vejamos: Ailton, o jovem amigo deseja a todo o custo os amores de Ednilza. Marcelina, mulher experiente de vida, tenta o mais que pode proteger a moça e pressente a desilusão que se adivinha. Augusto Fonseca, a bem da verdade, o único estrangeiro seduzido pelo encanto das gentes e da terra, que o recebeu sem reservas, e que ele adoptou como sua verdadeira pátria, tem a lucidez precisa das multinacionais que se instalam no terreno alheio para extorquir riqueza, num aparato de colaboração em prol do desenvolvimento de um país, semeando migalhas, para exportar searas inteiras. Florindo Silva,  pessoa submissa e admoestada, capataz eficiente porque não se comove com os dramas das gentes daquela terra, viciado na subserviência da empresa para quem trabalha, assiste indiferente à tragédia dos menores. E por fim, o Engenheiro, um jovem em início de carreira, apanhado de surpresa por um ambiente tão diferente donde vinha, desde o clima à disponibilidade daquela gente que o servia, e que o seduziu a princípio, maravilhado pela solicitude, pelos encantos de uma jovem fresca, sexualmente perturbadora nos momentos a sós, não percebendo que no coração da moça algo mais forte batia.

E se um dia, toda esta gente aqui presente se encontrar, haverá um nome que pulará de imediato nas suas memórias: Ednilza! - Valdemar Santos, 14 Abril 2010

Texto: Manuel Poppe
Encenação:
Valdemar Santos
Interpretação:
Flávio Hamilton, Inah Santos, Miguel Rosas, Odete Môsso, Pedro Carvalho e Pedro Damião
Desenho de Luz:
Leunam Ordep
Cenografia e Figurinos:
Sandra Neves
Direcção Musical:
César Prata
Imagem Vídeo:
Mecca (RM21)
Execução Cenográfica:
José Lopes


Teatro Art'Imagem
Direcção Artística:
José Leitão
Direcção Técnica:
Pedro Carvalho
Direcção de Produção:
Jorge Mendo


Co-Produção Teatro Art'Imagem e Projéc~


M/12 I 50m

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