Programação Regular de Teatro da Quinta da Caverneira - 2020
Fake-news. Em português, notícias falsas. Afinal, para que serve uma notícia verdadeira? Uma mentira pode ser difundida como sendo verdade para todo o mundo e para milhões de pessoas, de forma instantânea. O próprio termo mentira tornou-se politicamente incorreto, mediaticamente proibido, interpessoalmente deselegante. Agora chama-se pós-verdade. E uma verdade que é pós, pode ser qualquer coisa. Até uma mentira embrulhada em papel de verdade. Difundida até ao infinito. Até à náusea. Até um Rottweiler.
“Não existe verdade. Apenas versões.” - Friedrich Nietzsche
Texto: Guillermo Heras Tradução: Alexandra Moreira da Silva Dramaturgia e encenação: Ricardo Simões Interpretação: Alexandre Calçada, Tiago Fernandes Vídeo: Luís Lagadouro Iluminação: Nuno Tomás Sonoplastia: Cláudia Ferreira Cenografia: Adriel Filipe, José Esteves Operação de luz: Nuno Tomás, Nuno Almeida Operação de som: Cláudia Ferreira, Duarte Leitão Públicos e comunicação: Ana Reguengo Produção executiva: Adriel Filipe Desenho gráfico e fotografia: Rui Carvalho Videografia: Luís Lagadouro
80 minutos I M/12
Uma adaptação dramatúrgica do texto de Mia Couto “MAR ME QUER” numa encenação em que os protagonistas Luarmina e Zeca num exercício entre a oralidade, bem à maneira africana, e a interpretação actoral, vão reviver factos e vidas dos seus antepassados, trazendo à memória e convocando os seus sonhos, numa viagem pelas águas do Fantástico Literário Miacoutiano.
A partir da obra “Mar me Quer” de Mia Couto Dramaturgia e Encenação: Pedro Carvalho Interpretação: Flávio Hamilton, Pedro Carvalho e Neusa Fangueiro Ilustração, Cenografia, Figurinos e Adereços: Sandra Neves Desenho de Luz: Wilma Moutinho Sonoplastia e Desenho de Som: Pedro Lima Música: Rui Lima e Sérgio Martins Construção de Cenários: Sandra Neves e José Lopes Assistente de Ensaios: Rui Leitão Operação de Luz e Som: José Lopes Vídeo e Fotografia de Cena: Leonel Ranção Design Gráfico: Moodystudio
Direcção de Produção:  
Sofia Leal  
Produção Executiva:  
Daniela Pêgo  
Assistente de Produção:  
Ana Teixeira
Direcção Artística do Teatro Art'Imagem:  
 José Leitão
60 minutos I M/12
A humanidade cheira mal. Quatro actores interpretam 12 personagens que revelam de forma seriamente absurda a realidade do estado em que se encontra o mundo, os sistemas, as pessoas… e os cheiros. Um espectáculo cheio de humor sarcástico que nos permite uma reflexão sobre a condição do ser. Um texto de hoje e de sempre sobre a tomada de consciência do ser individual e social. No palco, questionamos as forças que movem o mundo, a nossa existência… e sim, detectamos que cheiramos muito, muito mal.
Texto:  
 António Aragão  
Dramaturgia e Encenação:  
 Daniela Pêgo  
Assistente de Encenação:  
 André Rabaça  
Interpretação:  
 Flávio Hamilton, Diana Barnabé, Filipe Gaspar e Gustavo Caldeira  
Figurinos e Adereços:  
Cláudia Ribeiro  
Assistência de Figurinos e Aderecista:  
Inês Liberal  
Mestra Costureira:  
 Marlene Rodrigues  
Execução de Adereços:  
Claudia Ribeiro e José Lopes  
Desenho de Luz:  
 André Rabaça  
Música:  
Carlos Adolfo  
Direcção de Produção:  
 Sofia Leal  
Assistência de Produção:  
 José Pedro Pereira  
Fotografia:  
Nuno Ribeiro  
Design:  
Tiago Dias  
Direcção Artística do Teatro Art'Imagem:  
 José Leitão
90 minutos I M/12
Espectáculo de teatro, apresentado ao ar livre nos socalcos da Quinta da Caverneira, que engloba várias disciplinas artísticas e tem como objectivo principal o envolvimento da comunidade na arte, no teatro e em especial com a companhia residente no concelho, o Teatro Art’Imagem. Este ano, na impossibilidade de o concretizar devido à pandemia mundial quisemos marcar a sua existência, com este propósito desafiamos elementos do espectáculo de 2019 para darem o seu testemunho como um recordar sobre o que foi participar neste projecto. Este pequeno filme promete reviver um dos momentos mais marcantes que o Teatro Art'Imagem viveu nos últimos anos junto da comunidade que o acompanha.
Concepção do Projecto:  
 Sofia Leal e Daniela Pêgo
Aceitar que não paramos, suspendemos. Aceitar que não atingimos todos os objetivos que nos tínhamos proposto. Aceitar que aquilo aonde chegamos é ainda uma versão provisória, inacabada, cheia de imperfeições. Aceitar que nos faltam as forças, que há uma frescura de pensamento que não obtemos mecanicamente pela mera existência. Aceitar porventura que amanhã teremos de recomeçar do zero e pela enésima vez.
Concepção e Direcção:  
 Filipa Duarte  
Intérpretes:  
Sara Costa e Silva, Gonçalo Ferreira, Raquel Lacerda Monteiro e Raquel Moura  
Ambiente sonoro [Recolha, gravação e edição]:  
Filipa Duarte  
Montagem e apoio técnico:  
 André Rabaça  
Produção:  
 ESTÚDIO B  
Apoio e agradecimento  
ao Teatro Art’Imagem
Um funeral agendado. Três mulheres encontram-se numa estação de comboios animadas por uma mesma diligente intenção: estarem presentes na despedida. Pela mão do temporal, uma árvore tombada sobre a via suspende o tempo e a revelação toma o lugar da viagem: o homem para o qual acorriam fora, e era, para todas elas, o mesmo. As mulheres medem-se umas às outras, comparam-se, reconstroem a narrativa na qual se descobrem facetas de uma vida na qual não são protagonistas e, por fim, solidarizam-se. Na verdade, não se é protagonista na vida de outrem, nem o rumo dos outros substitui o de cada um, por muito que se ame, por muito que se cuide, por muito que tal seja esperado. Pois que esperem! E a ajuda pode vir também de um ferroviário. O amor, esse, pode ser agora. Um bilhete para a vida, por favor!
Autoria: Cristina Arcanjo da Cruz Encenação: Francisco Braz Elenco: Ana Landum, Isabel Ribas, Paula Sousa Assistente de encenação: Adriana Ribas Desenho de luz: El Duplo Coreografia: Bernadete Sant’Anna Piano: Vasco Lourenço Operação de som: Adriana Ribas Vozes Off: João Roque, Cristina Arcanjo da Cruz, João Oom, Jorge Estreia, Adriana Ribas
50 Minutos I M/12
“Desumanização” é uma versão cénica do romance "A Desumanização”, do consagrado escritor português Valter Hugo Mãe, prémio literário José Saramago, numa dramaturgia de Zé Pedro, com direcção e encenação de José Leitão, fundador e director da companhia. Esta é uma história de perda, luto e superação que nos faz questionar acerca dos limites (ou sua transgressão) da humanidade. Numa pequena aldeia abafada pela monumentalidade dos fiordes islandeses, Halldora surge em cena a partir da boca de Deus para nos contar como foi lidar com a morte de Sigridur, sua irmã gémea. Como preencher a metade que se perdeu? Como viver pelas duas? Como ocupar o outro lado do espelho? Halldora diz-nos que “O mundo mostrava a beleza, mas só sabia produzir o horror”. “Desumanização” é Gelo, Terra e Fogo; é o “corpo interior da Islândia”.  
Texto:  
 Valter Hugo Mãe  
Dramaturgia:  
Zé Pedro  
Direcção e Encenação:  
 José Leitão  
Assistência de Encenação e Interpretação:  
 Daniela Pêgo  
Direcção Musical:  
 André Barros  
Figurino:  
Cláudia Ribeiro  
Assistente de Figurinos:  
 Joana Araújo  
Costureira:  
 Marlene Rodrigues  
Desenho de Luz e Sonoplastia:  
 André Rabaça  
Espaço Cénico:  
José Leitão e José Lopes  
Produção:  
 Sofia Leal  
Apoio  
Fundo Teatral/ C.M.Maia:  
Micaela Barbosa  
Ilustração do Cartaz:  
 Rita Castro  
Design Gráfico:  
Tiago Dias  
Fotografia:  
 Nuno Ribeiro  
Vídeo Promocional:  
 André Rabaça  
Tradução para Legendagem em Castelhano:  
 Jimmy Nuñez  
Agradecimento especial  
 ao Pé de Vento/João Luiz
70 Minutos I M/14
“Vocês viram o meu cão?” É com esta pergunta que se inicia esta comédia e é esta pergunta que dá o nome a este espetáculo. Um espetáculo repleto de humor, altamente corrosivo e pleno de sarcasmo como convém a qualquer tragicomédia que se preze! Uma estória, feita de muitas estórias surreais – ou talvez não – de um quotidiano que nos é absurdamente próximo – ou talvez não -, que nos é contada por um personagem que parece não fazer sentido – ou talvez sim. “Vocês viram o meu cão?” O texto original de Victor M Sant’Anna de 1999, “Vocês viram meu cachorro?” é um texto absolutamente atual e politicamente comprometido com o Ser Humano e o seu direito inalienável à dignidade, em que a sua estrutura dramática nos remete para uma linguagem característica, do Teatro do Absurdo, do Nonsense e do Surrealismo. “Vocês viram o meu cão?” É uma tragicomédia: hilariante e corrosiva, divertida e inquietante, leve e sufocante, que nos é próxima e – talvez – não distante, à qual ninguém vai ficar indiferente!
Texto:  
 Victor M. Sant’Anna  
Encenação:  
Eduardo Faria  
Assistência de encenação / direção de actor:  
 Ana Lídia Pereira  
 Interpretação:  
Eduardo Faria  
Desenho de Luz:  
Eduardo Faria e José Raposo  
Cenário e Figurinos:  
 Joana Soares  
Produção:  
 Joana de Sousa
60 Minutos I M/6
Pano de fundo: a crise financeira de 2008, o Brexit... E se nos fosse dada a oportunidade de saber o que acontece por de trás das portas fechadas dos gabinetes dos arranha- -céus espelhados? Michael Mackenzie abre as portas de um desses gabinetes, que pode estar em qualquer lugar do mundo, e apresenta-nos a reunião do ajuste de contas. Duas personagens em crise. Crise financeira, emocional e psicológica que os leva a descrever o antes e o depois. Pode alguém viver uma vida inteira sem ser confrontado com as consequências dos seus actos?
Texto:  
 Michael Mackenzie  
Encenação:  
Isabel dos Santos  
Cenografia:  
 Jean-Guy Lecat  
Tradução:  
 Sara Mendes Vicente / Isabel dos Santos  
Assistência de encenação:  
 Tânia da Silva  
Intérpretes:  
Luís Vicente (Jasão), Sara Mendes Vicente (Cassandra)  
Desenho e operação de Luz:  
Octávio Oliveira  
Desenho e operação de Som:  
Diogo Aleixo  
Multimédia:  
 João Franck  
Design:  
Rita Merlin  
Montagem:  
Octávio Oliveira/Diogo Aleixo  
Comunicação:  
 Sofia Rodrigues  
Produção executiva/Acolhimento:  
Márcia Martinho  
Administração:  
Ana Anastácio
80 Minutos I M/14
De tudo o que já foi dito
não entendi nem bocado
instruir, réu e transcrito!?
Eu nas leis não sou letrado!
Não podiam falar claro,
p'ra eu saber que se passa?
Acusado, não me declaro
e não o digo por pirraça
Se fiz o mal, me desculpem
a menina e o tribunal.
Mas por favor não me culpem
de das leis eu saber mal”
de José dos Prazeres – Poeta e Homem do Povo
Artigo 20.º
Acesso ao direito e tutela jurisdicional efetiva
1. A todos é assegurado o acesso ao direito e aos tribunais para defesa dos seus direitos e interesses legalmente protegidos, não podendo a justiça ser denegada por insuficiência de meios económicos.
na Constituição da República Portuguesa
“A justiça inflexível é frequentemente a maior das injustiças.”
Terêncio 185 a.c. - 159 a.c.
“Para ser justo há que dizê-lo: é sempre um prazer regressar ao Campo Benfeito. Esta é uma realidade que na verdade nem devia existir. Onde já se viu haver um teatro, numa aldeia no meio de uma serra, onde nem um café existe? Esta é uma realidade que nenhum manual de políticas culturais ou sociais defenderia, e no entanto cá está o Teatro da Serra de Montemuro a fazer teatro desde 1990. É por isso que é bom, o real nunca sai dos manuais, sai dos sonhos de quem o construi. De quem sente uma falta e desfaz injustiças.”
Ricardo Alves
Campo Benfeito, outubro de 2019
Texto e Encenação:  
 Ricardo Alves  
Cenografia, Figurinos e Cartaz:  
 Sandra Neves  
 Interpretação:  
Abel Duarte, Ana Vargas, Dóris Marcos, Eduardo Correia, Maria Teresa Barbosa e Paulo Duarte  
Construção de Cenários:  
Carlos Cal  
Costureiras:  
 Capuchinhas Crl  
Assistência à Cenografia, construção de Cenários e Figurinos:  
Maria da Conceição Almeida  
Desenho de Luz:  
Paulo Duarte  
Direcção de Produção e Comunicação:  
Paula Teixeira  
Assistência à Produção e Comunicação:  
Marta de Baptista  
Direcção de Cena:  
 Abel Duarte  
Fotografia e Vídeo:  
 Lionel Balteiro
60 Minutos I M/12















